quarta-feira, 18 de março de 2009

Começar é sempre difícil...

Decidido e delineado o tema, chegava a altura de meter mãos à obras. Crianças assinaladas como casos de risco... E depois? Quem as "assinalou" como tal? Eis uma das nossas principais incógnitas. Como já tínhamos recolhido contactos de diversos organismos, que nos pudessem ajudar, decidimos dirigir-nos àquele que parecia ser o mais evidente envolvido neste fenómeno, falo nada mais nada menos que da Câmara Municipal de Braga. Fazendo uma breve visita pelo site (aqui vos deixo o endereço http://www.cm-braga.pt/), é fácil perceber como o supremo órgão do concelho se preocupa com as questões sociais. Ora aí esta, C.M de Braga! Dirigimo-nos lá e rapidamente fomos reencaminhadas para o departamento da Acção Social, que ficava a poucos metros dali. Encontrado o dito departamento conseguimos chegar a fala com uma assistente social, que muito bem nos recebeu. Explicamos-lhe o porquê da nossa visita e depressa percebemos que não tínhamos ido ao sítio certo... Pois é! Afinal aquele departamento nada faz, a não ser colaborar com as associações e instituições, que prestam apoio às crianças de risco. Contudo a viagem não foi perdida. Recebemos informações de que existiam organismos específicos que tratam este problema. Primeiro porque a assistente deu-nos indicação de onde poderíamos consultar o Plano de desenvolvimento social, desenvolvido pela câmara, até 2013, segundo porque sugeriu que voltássemos à sede da C.M de Braga para falarmos com alguém que seria capaz de nos disponibilizar uma lista de associações que trabalham no domínio social. Voltámos para trás. Quando lá chegamos pedimos informações a um polícia que estava no local, que nos indicou onde nos deveríamos dirigir. Subimos, e logo que tentamos chegar a fala com a senhora que estava lá para nos atender, a dona Estrela, ouvimos um "desculpem meninas mas vão ter que esperar porque o Dr. só chega lá para as 15h. Se quiserem esperar..." Como ainda faltava cerca de meia hora decidimos não desperdiça-la e aproveitar para visitar outro organismo, com quem considerava-mos essencial falar, a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Braga. Enquanto conversávamos sobre o assunto, eis que a dona Estrela diz: "- Vocês já foram a CPCJ? Provavelmente poderão ajudar-vos!". Nem mais, adivinhou. Rapidamente se prontificou a dizer-nos onde estava a funcionar o centro e como lá chegaríamos. Actualmente, o CPCJ encontra-se a funcionar na Junta da Sé. Era perto, tínhamos mais era que aproveitar! Não foi difícil encontra-la... À porta, inclusive, tinha indicações precisas do andar, onde o centro estava a funcionar. Entramos, explica-mos mais uma vez a nossa situação e pediram-nos para aguardar um bocadinho. Esperamos cerca de 10 minutos até sermos convidadas a entrar numa sala. Quem nos esperava era a Dra. Fátima Soeiro, presidente da CPCJ. Expusemos, mais uma vez, o problema, o qual foi respondido com muita clareza. Primeiro de tudo esclareceu-nos que as leis de actuação do centro são de acordo com a Lei de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo (que se encontrava para consulta em cima da mesa) e que a lógica de funcionamento daquele organismo eram as denúncias, que chegavam até eles. Essas denúncias partiam, não só de entidades institucionais, mas também, de vizinhos e até familiares. Todas as lógicas de actuação foram convenientemente explicadas e todas as nossas dúvidas foram esclarecidas. " Se é sobre crianças de rua que querem tratar, então o ideal é dirigirem-se ao Centro Cultural e Social de St. Adrião", disse. Foi um encontro deveras esclarecedor, e atendendo que a sua duração não foi para além dos dez minutos, o nosso objectivo estava mais que satisfeito. Despedimo-nos e agradecemos a disponibilidade. Antes de sairmos fomos, ainda, aconselhadas a consultar a lei 147/99 de 1 de Setembro. Estava na hora de voltar para a C.M de Braga para falarmos com o tal Dr. que, por incrível que pareça, nem nós sabíamos bem quem era... Chegamos. Três pessoas à nossa frente, o que nos obrigou a uma espera de cerca de meia hora. A nossa espera não foi em vão... Uma lista de instituições e associações não existia, mas existia alguém mais interessante para nos falar sobre elas, o Dr. Alfredo Cardoso, que se encontra no apoio (e que apoio!) à presidência. Descobrimos muito coisa, e criamos uma fila de espera de 8 pessoas!... Mais uma vez os esclarecimentos do porquê da nossa presença (já combinados à vez, por se estarem a tornar enfadonhos!)... "- Primeiro, há que esclarecer o que são crianças de risco", disse o Dr. Cardoso. Mais uma vez ouvimos aquilo que já sabíamos, porém cada vez se revelava um pormenor diferente... Até então ninguém havia mencionado os deficientes, coisa que o Dr. fez. Por entre dúvidas, conversas, opiniões e interrupções (pois o telefone não parava de tocar!) tínhamos construído nós a dita lista. No total foram mencionadas 6 instituições de apoio. Foi, de facto, uma excelente conversa! Mais uma vez nos foi confirmado que o Centro de St. Adrião era o local indicado para nos dirigir. Saímos com promessas de que voltaríamos e com promessas que seriamos bem recebidas, "para a próxima marquem uma hora para termos mais tempo para conversar", afirmou. Terminada mais uma visita, cada vez mais lúcidas estávamos. Agora não restavam dúvidas, o Centro Social de St. Adrião era o nosso próximo ponto de paragem. Já era tarde, não valia a pena lá ir. A informação já era muita e muito rica, corremos para casa para registar toda a informação para não corrermos o risco de que nada se perdesse. Tudo estava mais claro e encaminhado. Próxima paragem, Centro Social de St. Adrião.

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